Sucessão Familiar: um dos grandes desafios do varejo supermercadista
Pelos dados oficiais do IBGE, o Consumo das Famílias, principal referência do volume que o varejo como um todo movimenta no país, alcançou R$ 2,68 trilhões em 2016, com queda de 4,2% em relação ao ano anterior. Esse número representa 42,54% do Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 6,3 trilhões. O Varejo Restrito (varejo total, menos automóveis e materiais de construção) movimentou R$ 1,31 trilhão em 2016, 6,2% menos que no ano anterior, o equivalente a 20,84% do PIB brasileiro. Partindo de uma Margem de Valor Agregado (MVA) média de 40%, o valor agregado do varejo brasileiro no PIB corresponde a aproximadamente 8,34%.
Certamente umas das atividades econômicas mais “duras” e difíceis de se gerir no Brasil é o varejo, principalmente o supermercadista, pois diante da implacável concorrência as margens deste negócio com certeza não são das mais atrativas. “As redes de supermercadistas no Brasil geralmente tem origem familiar, ou seja, quando um empreendedor e visionário acreditou que poderia sobreviver com uma “vendinha” e que com muito suor e sacrifício conseguiram transformar negócios em impérios e que infelizmente sucumbiram ao apetite de investidores internacionais e mudaram de mão concentrando-se no portfólio de negócios de redes extremamente consolidadas no mundo, que não preciso nem discorrer sobre elas e sobre o seu domínio atual no mercado brasileiro”, avalia Rui Rocha, sócio fundador da Partner Consulting.
No entanto, como somos um país de dimensões continentais onde se têm muitas oportunidades e com isso o que vemos hoje é uma capilaridade gigante de supermercadistas, que estão na batalha por sobreviver e/ou expandir seus negócios. “Por outro lado, o maior desafio destes negócios que as vezes não são tão pequenos assim e que resistem à consolidação dos grandes players é a sucessão, pois como disse a história se repete e estes supermercadistas são geridos por famílias e que precisam estar preparadas para perenizar seus negócios”, salienta Rui Rocha.
Para o executivo se faz necessário a revisão dos modelos de negócio. “Profissionalizar-se com adoção de práticas de gestão de mercado, e além de tudo manter-se competitivo diante de uma concorrência muitas vezes predatória, patrocinada pelos poderosos do varejo brasileiro é essencial”, esclarece. Segundo Rui, não existe outra saída a não ser uma sucessão estruturada, através da busca por conhecimento e desenvolvimento de habilidades especificas daqueles que são apontados como o membro da família que levará o legado a frente.
“Vejo como fator de sucesso o varejo supermercadista passar por esta repaginação, tanto no modelo de negócio quanto em sua gestão”, enfatiza. “A sucessão bem conduzida poderá garantir a continuidade e até mesmo de forma atrativa deste segmento que luta diariamente para conquistar e fidelizar clientes dentro de suas lojas”, finaliza.
Fonte: Paraná Portal