Mais de mil pessoas discutem prevenção de perdas no maior fórum do Norte e Nordeste, em Fortaleza
Realizado pela Acesu e Abrappe, o evento propôs maior eficiência operacional para prevenir perdas e desperdício
Profissionais e empresários do setor supermercadista cearense participaram, nesta quinta-feira (15), do segundo Fórum de Prevenção de Perdas, organizado pelo Comitê de Prevenção de Perdas da Associação Cearense de Supermercados (Acesu) em conjunto com a Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe). O evento é o maior fórum de perdas no varejo do Norte e Nordeste do Brasil, e ocorreu no Teatro RioMar Fortaleza.
A programação contou com um dia repleto de palestras e apresentações de cases. Nidovando Pinheiro, presidente da Acesu, realizou a abertura oficial destacando a satisfação em reunir diversos varejistas, setores de supermercados, farmácias e outros segmentos. “A gente fica muito feliz em saber que tivemos mais de 1.200 inscritos e trouxemos palestrantes nacionais. É uma realização poder contribuir com informação para juntos melhorarmos o resultado do varejo”, compartilha.
Márcio Milan, vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), compartilha sobre eficiência operacional nas empresas. “Nós queremos mudar a visão sobre aquilo que tratamos durante muito tempo sobre a prevenção de perdas. Tomamos a decisão de mudar a forma de olhar, agora teremos uma visão com eficiência operacional. Nós vamos ressignificar a área de perdas e trabalhar olhando a nossa eficiência na cadeia”.
Pela manhã ocorreram as palestras “Monitoramento Inteligente com Operadores Inteligentes” (Alberto Pinheiro e Mouhamad Almahamoud), “Economia Circular: Reduzir, Reutilizar e Reciclar” (Gisele Barbin), “Estratégia para Prevenção de Perdas no FLV” (Edson Trebeschi) e “Auditoria Digital como Instrumento de Prevenção de Perdas” (Francélio Cavalcante). Já à tarde, ocorreram as palestras “A Importância da Auditoria Fiscal e Controle de Estoque nos Supermercados e seu Reflexo no ICMS e Imposto de Renda” (Marcos Henrique), todos os demais serão apresentados por conselheiros e o presidente da Abrappe: “Gerenciamento de Riscos e a Importância da Segurança Humanizada no Varejo” (Jerome Mairet e Elizeu Lucena – ambos do Carrefour), “Minimizar Desvios e Fraudes Internas nas Lojas” (Fernando Alves, da Farmácia Pague Menos) e “Perda Ampliada” (Carlos Eduardo Santos).
A pauta prevenção de perdas tem ganhado relevância entre as médias e grandes redes e está se tornando estratégica junto aos varejistas. Prova disso é que, como aponta a 5ª Pesquisa Abrappe de Perdas no Varejo Brasileiro realizada pela Abrappe em parceria com a KPMG em 12 segmentos, 40,44% da área de prevenção de perdas já responde à diretoria. Em outros 14,71% o tema é tratado com a presidência. “É necessário destacar que a área deve atuar unindo forças com toda a organização (compras, produção, estoques, distribuição e vendas), identificando oportunidades de melhoria e, principalmente, apresentando à gestão sugestões de planos de ação”, diz Carlos Eduardo Santos, presidente da Abrappe.
Supermercados com maiores perdas – Na comparação dos 12 setores pesquisados pela Abrappe, o de supermercados, com 2,15%, é, de longe, aquele com os maiores índices de perdas do varejo. Desse total, 1,43% são oriundas de quebras operacionais e 0,72% de perdas desconhecidas, especialmente furtos. As quebras operacionais geradas por produtos sem condição de vendas por vencimento, perecibilidade e desperdício de alimentos, além de erros operacionais na gestão de estoques, continuam sendo as principais causas das perdas no setor (66,51%).
Pelo terceiro ano consecutivo, o índice geral de perdas caiu no varejo brasileiro, para 1,21%, totalizando pouco mais de R$ 24 bilhões, como aponta a Abrappe. Em 2020 ele havia sido de 1,33%, com perdas que somavam R$ 23,26 bi. Um ano antes, a média foi de 1,36%. O valor de R$ 24 bi em perdas representa o percentual de 1,21% sobre as vendas líquidas do varejo ampliado em 2021, que foi de R$ 1.990 trilhão, segundo o IBGE.